Eslavismo em Tolstoi 6



Sexta parte em Ana Karenina


Alguns minutos decorreram ainda. Estavam agora completamente sós. O coração de Várienka batia precipitadamente. Sentia-se corar e empalidecer alternadamente. Deixar Madame Stahl [ver Eslavamismo em Tolstoi 2] para casar com um homem como Kósnichev, de quem se julgava quase certamente enamorada, afigurava-se-lhe o cúmulo da felicidade. E tudo ia decidir-se agora! Temia a declaração e ainda mais o silêncio.

  "Agora ou nunca dizer", disse de si para consigo Sérgio Ivánovitch [Kósnichev], condoendo-se do olhar perturbado, da vermelhidão e dos olhos baixos de Várienka. Reconheceu mesmo que seria ofende-la continuar calado. E lembrou precipitadamente os argumentos que tivera a favor do casamento:

  -- Que diferença há entre um cogumelo e um bolêto branco?

Os lábios de Varienka tremiam ao responder:

  -- A única diferença está no pé. Ambos sentiram que o passo fora dado: as palavras que os agitava aquietou-se pouco a pouco.

  -- O pé do bolêto branco faz lembrar uma barba preta malfeita -- dias, tranqüilamente, Sérgio Ivánovitch.

  -- É isso - replicou Várienka, com sorriso.


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Vronski estava contente. Não esperava encontrar na província um ambiente tão agradável.

  No fim do jantar a alegria foi maior ainda. O governador pediu a Vronski que assistisse ao concerto em benefício dos irmãos eslavismo, organizado pela Esposa, que muito desejava conhece-lo.

  -- Depois haverá baile e verás as nossas "belezas" locais. Digo-te que vale a pena.

  -- Não e' do meu gênero -- respondeu Vronski sorrindo, que muito gostava daquela expressão; e prometeu, no entanto, que iria.

 Momentos antes de se levantar da mesa, quando todos estavam fumando, criado de quarto de Vronski trouxe-lhe uma carta numa bandeja.

  Chegou de Vozdvijênskoie, por um próprio -- disse ele, num tom importante.

  -- É espantoso como se parece com o substituto do fiscal Svientítski -- disse em francês um dos convivas, referindo-se ao criado de quarto, enquanto Vronski lia a carta de sobrecenho carregado. A carta era de Ana. Ainda a não lera e já sabia o que dizia.

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Por Welton Báthory


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