Eslavismo em Tolstoi 1
(Quero aqui expor um resumo ou o que eu resumi ou copiei de mais importante do livro Ana Karênina , que aos pouco anotei e queria abordar o assunto do Pan Eslavismo etc, se encontra abaixo alguma trecho que selecionei da "primeira parte"; depois eu vou posta as outras 7 parte, a obra contém 8 parte ao total em um livro só de 749 páginas etc.. [1877] Etc.)
Não estava certo ! È grosseiro e vulgar fazer a côrte à preceptora que educa os filhos. Mas que mulher !" recordou vivamente os astutos olhos pretos e sorriso de Mademoiselle Roland [...]
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Todos gostavam de Stiepan Arcárdievitch, não só pelo seu alegre e bondoso e pela sua indiscutível probidade, mas também devido à sua arrogante e bela presença, aos seus cabelos e ao seus olhos brilhantes, às suas negras sobrancelhas, ao seus cabelos e ao seu rosto branco e ruborizável, coisas que produziam impressão agradável naqueles que o conheciam.
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Vronski penetrou no compartimento. A mãe, uma velhinha mirrada de olhos negros e caracóis na testa, apertou os olhos ao examinar o filho e um leve sorriso aflorou-lhe aos làbios delgados. Levantou-se, passou uma maleta à criada grave, estendeu a mão magra ao filho, que a beijou, beijando-o ela, por sua vez [...]
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Ia dizendo "Desculpem, senhoras; desculpem, desculpem, senhoras!" e tão bem a conduziu pelo meio daquela onda de rendas, de tules e de fitas, que nem uma só pluma se lhe prendeu aos vestido. Ao chegar ao seu destino, fez o seu par dar uma brusca piruêta, e a cauda do vestido de Kitty, desdobrando-se como um leque, veio pousar nos joelhos de Krívin enquanto as delgadas pernas da dançarinas, nas suas meias transparentes, se descobriam e mostravam. Korsunski fez uma reverência, empetigou-se ligeiro e ofereceu-lhe o braço para conduzi-la até junto de Ana Arcádievna. Kitty, corando, um pouco aturdida, afastou a cauda do vestido dos joelhos de Krívin e volveu os olhos em busca de Ana. Esta não estava vestida de lilás, como tanto teria desejado Kitty. Uma toalete de veludo preto, muito decotada, desnudava-lhe os ombros esculturais, que lembravam velho marfim, assim como o colo e os braços roliços, de pulso finos. Rendas de Veneza lhe guarneciam o vestido. Nos cabelos negros, sem postiços, ostentava uma grinalda de amores-perfeitos, combinando com outra que lhe adornava a fita preta do cinto, rematada por rendas brancas. Estava penteada com muita simplicidade. Apenas alguns caracóis de cabelo frisado na nuca e nas fontes se lhe eriçavam, rebeldes. Em volta do pescoço bem torneado brilhava um fio de pérolas.
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Ainda Ana não acabara de tomar o café quando lhe anunciaram a Condessa Lídia Ivánovna. Era uma mulher alta e cheia, de tez amarelada e enfermiça e uns melancólicos e bonitos olhos pretos. Ana, que a estimava, julgou aperceber-se pela primeira vez de que ela também tinha os seus defeitos.
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-- Começo a cansar-me de lutar em vão pela verdade e às vejo me completamente derrotada. A obra das nossas irmãzinhas (tratava-se de uma instituição filantrópica patriótico-religiosa) segue por bom caminho, mas não se pode fazer nada com estes senhores -- disse a Condessa Lídia Ivánovna ironicamente, como que submetendo-se ao destino. -- apoderaram-se da idéia para a desvirtuarem e agora e agora julgam-na de uma forma vil e indigna. Só duas ou três pessoas, no número das quais está o seu marido, compreendem o significado desta obra; as demais não sabem senão desacredita-la. Ontem recebi uma carta de Právdin...
Právdin, célebre pan-eslavista, residia no estrangeiro. A condessa resumiu a Ana o conteúdo da carta dele. Depois contou-lhe as inúmeras ciladas e contratempos armados à obra da união das Igrejas e retirou-se a toda pressa, pois ainda tinha de assistir, naquele dia, a duas reuniões, uma das quais do Comité Eslavo.
"Nada disto é novo", dizia Ana com os seus botões, "mas por que não o percebi antes? Estaria ela hoje mais nervosa do que de costume ? No fundo, tudo isto é cômico: esta mulher, que se diz cristã e que só pensa na caridade, zanga-se e luta com outras pessoas que trabalham exatamente pelos mesmos fins que ela."
Depois da condessa, chegou uma amiga de Ana, esposa de um funcionário, que lhe contou as novidades da capital, e partiu às 3 horas, prometendo vir jantar com ela. Alieksei Alieksándrovitch estava no ministério. Quando ficou só, Ana assistiu primeiro ao jantar do filho -- a criança comia à parte -- e depois procurou pôr em ordem as suas coisas e responder à correspondência em atraso.
Da perturbação, da vergonha inexplicável que a assaltara durante a viagem, já não havia vestígios. De novo no seu ambiente habitual, sentia-se outra vez segura e irrepreensível, e não conseguia perceber o estado de espírito por que passara na véspera. "Que se passou afinal de tão grave?", interrogou-se a si mesma. "Nada. Vronski disse uma loucura e eu respondi-lhe como devia. Não vale a pena falar no caso a Alieksiei, seria como que atribuir-lhe importância." E recordou-se de ter contado, uma vez, ao marido que um subordinado dele estivera a ponto de se lhe declarar e ele lhe respondera que toda mulher que frequenta a sociedade está sujeita a coisas dessas, mas que confiava plenamente no seu tato e nunca se permitiria ser humilha-la e humilhar-se a si próprio, deixando-se arrastar pelo ciúme. "O melhor, portanto é calar-me", concluiu ela. "E aliás, graças a Deus, nada tenho a dizer-lhe."
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Por Welton Báthory
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